quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dias de Chuva

Uma lágrima salgada brotou dos meus olhos dilatados. Permiti que cada gotícula e cada respingo de água fria descansasse sobre meu rosto corado. Te esperei tanto tempo, tanto por esse dia. Me libertei dos meus devaneios assim que me deitei sobre uma rocha vazia e úmida, com a mente vaga. Eu só pensava em você, pra mim só existia você naquele momento. Mas você me deixou, me abandonou repentinamente. Nem uma justificativa, meu amor? Você prometeu me amar para o resto dos seus dias. É, você faleceu. E levou junto meus sentimentos, meu coração quebrado e torturado pela mágoa e pela dor intensa de não ter você aqui. Creio que a índole já havia me consumido até então. Você morreu, sem deixar rastros ou vestígios. Mas eu me lembro perfeitamente das suas últimas palavras direcionadas a mim. Um único argumento totalmente significativo para mim. "Eu te amo". Apenas três palavras, mas que conseguiram me tocar e me comover. Porque eu me pergunto? Essas palavras ficaram guardadas no meu peito. E no meu coração gelado e úmido. Duramente frio. Mas agora suas lembranças palpitavam sobre ele. Você era a minha única condição para me entregar ligeiramente ao amor. Sabe, acho que me arrependi amargamente das minhas atitudes. Eu havia amadurecido, eu sei. Mas, naquele momento, tudo mudou. Foi a partir daí que, sobre aquela rocha, como um pedaço de mármore, lavada pela chuva incessante, que os meus dias de chuva ficaram marcados, eram mágicos pra mim. Sua imagem era como um espelho. Quer saber? Eu também te amo. 


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